Gozar não é prazer.

Mas não me importa, fui eu que deixei o amor me comprar com a sua tristeza para que assim ele possa existir dentro de mim. E em troca do meu sofrimento voluntario, posso então, olhe só: fazer outro feliz.

Mas também, por pena do meu coração machucado, criei uma nova forma de gozo: o prazer na dor.

Masoquismo esquisito, iludido e promiscuo. Amar demais e não ser amado, hímem sangrado e remendado. Virgem do amor.

Uma poesia estuprada pelas palavras vulgares e compenetrada pela nudez do meu pensamento subliminar proibido.

Você que se ama mais que os outros, viva de masturbação! Eu quero prazer, não vivo só de gozo.

E também não consigo fazer que alguém entenda que minhas ironias são na realidade verdades abstratas, com um leve teor de abstinência de contato retórico... não erótico. E com a pureza do romantismo do sexo verbal... não oral.

Eu abdico do amor - digo, de fazer amor - se alguém conseguir abdicar também. Mas não creio encontrar alguém que também não goste dessa porra.

Mesmo que ninguém se importe ainda prefiro transar meus sentimentos e viver minha orgia de ilusões, do que gozar de meu amor próprio sem engravidar um coração.